domingo, 30 de outubro de 2011

Quando eu for embora

Se algum dia me procurar,
e se por acaso, não me encontrar.
Fui passear do outro lado do sonho.
Todas as vezes que quis voar,
sempre, os temporais não deixaram,
alçar o meu vôo... foi sempre difícil,
e todas às vezes, as amarras me deixavam
preso ao chão e nunca, na verdade
pude ir embora, sem dizer adeus.
Mas, se por ventura não me encontrar,
faça um esforço para me achar.
Posso estar neste vento frio,
que fere sua pele... e você não sente.
Posso estar nesta chuva, que molha
sua alma... e você não sente.
Posso estar neste chão, que pisas,
e você não sente.
Posso estar um pouquinho adiante dos seus olhos,
um pouquinho além do horizonte.
Posso estar no entardecer, no amanhecer,
posso ser um pouco de sol, de lua,
um pouco de estrelas, posso estar às vezes
um pouquinho acima do seu coração.
Mas, na verdade se não me encontrar,
posso ter transformado em universo.
E se caso... tenha ocorrido,
podes-me... encontrar no silêncio,
na suavidade de uma musica,
numa montanha,
num rio profundo e calmo,
num vôo de um pássaro,
ou na suavidade de um sorriso franco
ou num olhar de um louco.
E se acaso não me encontrar,
nestes infinitos lugares,
posso estar suavemente
escondido dentro
de você.